“Os pedófilos estão muito à frente da curva. Eles estão baixando pornografia infantil. Essas imagens são de crianças entre 2 e 13 anos tendo sexo (…). Você poderia baixá-las; seu filho de 13 anos poderia baixá-las também… É contra a lei em todos os Estados vender pornografia infantil seja através do correio ou mesmo em uma loja…, mas, ainda assim, ela pode ser baixada em sua casa… Os criminosos, os pedófilos, são sofisticados; eles estão à frente da curva”.
(United States; Congress; House; Committee on the Judiciary; Subcommittee on Crime – Serial Killers and Child Abduction – 1995)
Excerto – O Discreto e Perigoso
O excerto manifesta uma linguagem direta e impactante, que busca alertar ou mesmo chocar o ouvinte, provocando uma reação emotiva. A repetição da palavra “baixando” e expressões como “à frente da curva” conferem um tom de desesperança à mensagem, enfatizando a gravidade da situação em relação à pornografia infantil. A escolha de palavras como “sofisticados” e “criminosos” destaca a percepção de alguém astuto, que opera de forma discreta e perigosa.
O andamento do discurso é marcante e é caracterizado por uma cadência que alterna entre sentenças curtas e impactantes e frases mais longas. Esta variação de ritmo provoca um efeito de intensidade, criando um clima de tensão. O discurso é rico em aliterações, que são repetições de sons iniciais, ajudando a criar uma sonoridade severa. Por exemplo, a repetição do som “p” em “pedófilos” e “pornografia” enfatiza a gravidade do tema, e o uso do “s” em “sofisticados” e “são” confere uma fluidez ao discurso, destacando a habilidade dos criminosos, ao mesmo tempo que reforça uma percepção de ameaça.
Nesse discurso, o falante parece se dirigir não apenas aos membros do Congresso, mas à sociedade como um todo. O uso do pronome “você” estabelece uma relação de proximidade e responsabilidade, convidando os ouvintes a refletir sobre a sua própria interação com a tecnologia e a vulnerabilidade das crianças nesse contexto. Existe um diálogo implícito entre o falante e o público, o qual é chamado a se conscientizar e agir diante de uma problemática social devastadora.
O discurso também revela uma tensão entre a legalidade e a realidade da situação. O falante menciona que, embora a pornografia infantil seja ilegal, ela continua acessível, o que gera uma discrepância entre as leis e a dinâmica da Internet. Isso sugere uma crítica à eficácia das atuais normas e procedimentos, fazendo um chamado para que sejam adotadas medidas mais eficazes para proteger as crianças.
Coleção de pornografia infantil e erotismo
Introdução
A Pornografia: Definição e Implicações do Consumo
A pornografia, em sua essência, é material que representa explicitamente atos sexuais ou nudez. Entretanto, a sua definição permanece nebulosa e constantemente debatida, variando de acordo com contextos culturais, legais e morais. Esta fluidez semântica se torna especialmente complexa quando discutimos o consumo de pornografia, em particular, as consequências negativas do seu uso, que podem gerar debates acalorados e interpretações diversas.
A ausência de um consenso universal sobre tudo o que constitui pornografia dificulta a análise das suas consequências. Diversas definições, muitas vezes conflitantes, são propostas:
Definição Legal: Varia significativamente entre países e jurisdições. Em geral, a pornografia é definida com base na representação explícita de atos sexuais ou da nudez, que podem ser considerados obscenos ou prejudiciais à moral pública. A questão da “lascívia” ou da intenção de excitar sexualmente outrem, também, torna-se um ponto de debate (Leary, 2009).
Definição Social: Influenciada pelas normas e valores culturais predominantes. O que é considerado pornográfico em uma sociedade pode não ser em outra. A evolução tecnológica e as mudanças nas atitudes sociais também influenciam a percepção do que constitui pornografia.
Definição Moral/Religiosa: Baseia-se em princípios éticos, morais e/ou propriamente religiosos, com variações dependendo das crenças individuais ou coletivas. Pode considerar qualquer material que seja considerado imoral ou ofensivo como pornografia, independentemente da sua representação explícita de nudez ou atos sexuais.
Consequências do Consumo de Pornografia Adulta (realizada entre adultos que consentem com a prática e com a divulgação das cenas)
As consequências do consumo de pornografia são um campo de estudo altamente debatido, com resultados muitas vezes divergentes. Algumas pesquisas sugerem correlações entre o consumo de pornografia e:
Comportamentos sexuais de risco: Há estudos que apontam uma correlação entre o consumo de pornografia e maior probabilidade de comportamentos sexuais de risco, como sexo sem proteção, múltiplos parceiros ou busca por experiências sexuais violentas. No entanto, outros estudos não confirmam tais associações, indicando a complexidade da relação entre ambos (Goldstein & Kant, 1973; Willoughby et al., 2014).
Atitudes sexistas e violentas: Alguns estudos sugerem que o consumo de pornografia pode perpetuar estereótipos sexistas e atitudes que normalizam ou justificam a violência contra mulheres ou minorias. A exposição às imagens que objetificam e degradam as mulheres pode afetar a percepção de gênero, reforçando a desigualdade e a violência (Hald, Malamuth, & Yuen, 2010).
Transtornos da saúde mental: Pesquisas apontam uma associação entre consumo excessivo ou problemático de pornografia e problemas em saúde mental, como depressão, ansiedade e Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo. A pornografia pode ser utilizada como mecanismo de relaxamento ou autorregulação, mas seu uso excessivo pode agravar ou desencadear problemas psicológicos (Reid et al., 2011).
Adição: O consumo problemático de pornografia, como qualquer dependência comportamental, pode resultar na perda do controle sobre o uso. Indivíduos que se tornam dependentes podem gastar grande quantidade de tempo e dinheiro para consumir pornografia, negligenciando outras áreas das suas vidas.
É importante notar que a maioria dos estudos sobre as consequências do consumo de pornografia apresenta resultados correlacionais, e não causais. Isso significa que uma correlação entre o consumo de pornografia e um determinado comportamento de risco não comprova que o consumo de pornografia causa este comportamento. Fatores como predisposição genética, ambiente social e outros fatores psicológicos podem influenciar tanto o consumo de pornografia quanto o comportamento de risco.
Pornografia Infantil: Um Caso à Parte
Pornografia infantil é crime hediondo (desde a posse até a distribuição) que causa danos incalculáveis às crianças vítimas e à sociedade como um todo. Não se trata apenas de uma questão legal; é um problema social complexo que exige uma compreensão multifacetada para sua eficaz prevenção e combate. Este texto explorará os diferentes tipos de pornografia infantil, considerando as nuances legais, as motivações dos perpetradores e as consequências devastadoras para as vítimas.
Tipos de Pornografia Infantil
A classificação da pornografia infantil pode ser abordada de várias maneiras, levando em consideração diferentes critérios. Aqui, apresentamos uma abordagem que integra aspectos legais, comportamentais e contextuais:
1. Classificação Legal
As leis variam entre países e mesmo dentro de um mesmo país, mas geralmente distinguem entre:
Pornografia Infantil “Técnica”: Imagens que retratam atos ou situações sexualmente explícitas com menores de idade. A questão da “lascívia” é crucial na definição legal em alguns países, pois nem todas as imagens de nudez infantil configuram pornografia. A intenção do produtor, as circunstâncias em que a imagem foi criada e o contexto em que é consumida são fatores importantes na avaliação do crime (Leary, 2009).
Pornografia Infantil “Simulada”: Imagens que não retratam crianças reais, mas simulam a aparência ou o comportamento de menores em atos sexuais. A linha entre o que é legal e ilegal é tênue e frequentemente alvo de debate jurídico. A Lei dos Estados Unidos, por exemplo, já incluiu e depois excluiu, com base em decisões judiciais, a criminalização de imagens geradas por computador que simulam atividade sexual infantil (Ashcroft v. Free Speech Coalition, 2002).
Pornografia Infantil “Virtual”: Figuras manipuladas digitalmente para modificar a idade ou o contexto de crianças em imagens que já existiam, tornando-as sexualmente explícitas. A legalidade da posse e distribuição deste tipo de material também varia conforme a jurisdição.
2. Classificação Comportamental
Outro aspecto crucial é a motivação por trás da produção e do consumo de pornografia infantil. Os padrões comportamentais dos perpetradores ajudam a caracterizar os tipos de pornografia envolvida:
Pornografia Relacionada às Parafilias: Perpetradores com parafilias específicas (transtornos parafílicos) frequentemente colecionam material que reforça as suas preferências sexuais. Por exemplo, indivíduos com interesse sexual por crianças podem colecionar imagens que se concentram em partes específicas do corpo, enquanto outros que se inclinam ao Sadismo podem procurar material que retrate crianças sofrendo (Lanning, 1986).
Pornografia “Colecionável”: Aspectos de raridade, valor ou exclusividade da peça influenciam a motivação. A motivação é muitas vezes derivada de intensa busca por sensações ou de uma satisfação derivada da posse e organização do material. Trata-se de total reificação da vítima criança, absolutamente execrável.
Pornografia para Compartilhamento: Imagens ou vídeos de abuso sexual infantil são compartilhados entre indivíduos que buscam validação da sua parafilia ou se identificam com a prática, seja pessoalmente ou virtualmente (Wolak, Finkelhor, & Mitchell, 2003).
3. Classificação Contextual
O contexto em que a pornografia infantil é produzida, distribuída e consumida também é vital para sua compreensão:
Pornografia Comercial: Produzida e distribuída para fins lucrativos. Envolve complexas redes de tráfico internacional que frequentemente se sobrepõem a outras formas de exploração infantil.
Pornografia Caseira (ou independente): Produzida de forma individual, frequentemente por pessoas com acesso direto às crianças. É importante observar que, mesmo sem fins lucrativos, ainda configura crime e causa danos severos.
Ações Policiais e Periciais
As investigações policiais têm verificado que os criminosos sexuais preferenciais em geral tendem a coletar material pornográfico temático e/ou parafernálias relacionados à sua preferência sexual. Os criminosos sexuais do tipo preferencial (sem preferência por crianças) têm coleções extensas de materiais pornográficos com temas não infantis. Esses infratores coletarão imagens e parafernálias concentrando-se principalmente em suas preferências sexuais ou parafilias particulares, em vez de predominantemente em crianças. A pornografia infantil geralmente será uma porção pequena da sua coleção potencialmente grande e variada. Criminosos sexuais preferenciais com preferência sexual por crianças (pedófilos) tendem a colecionar predominantemente pornografia infantil ou quaisquer imagens de crianças sumariamente trajadas.
Os molestadores de crianças do tipo situacional também podem coletar pornografia infantil, mas não com o mesmo grau de previsibilidade que o agressor sexual preferencial (pedófilo) o faz.
A pornografia que os agressores sexuais não pedófilos consomem são principalmente de natureza violenta e degradante. Na pornografia infantil, coletada por criminosos sexuais situacionais e criminosos sexuais preferenciais não pedófilos, as crianças podem estar vestidas (ou seja, meias, saltos altos, maquiagem) para se parecerem com adultos ou mesmo ser adolescentes púberes. Os criminosos sexuais situacionais podem coletar pornografia ou erótica de um tema predominantemente violento, mas podem não salvar o mesmo material ano após ano.
A Internet e as câmeras digitais tornaram a descoberta da pornografia infantil mais fácil em muitos casos. Os investigadores devem sempre considerar a possibilidade de qualquer molestador de crianças poder estar coletando pornografia infantil; no entanto, é muito mais provável com o tipo pedófilo.
Especialmente para criminosos sexuais do tipo preferencial, coleção é a palavra-chave. Eles não apenas veem pornografia. Eles salvam o material. Trata-se de definir, abastecer e validar as suas fantasias sexuais mais tórridas e mórbidas. Eles normalmente colecionam coisas como revistas, artigos, jornais, fotografias, slides, filmes, álbuns, imagens digitais, desenhos, fitas de áudio, gravações de vídeo e equipamentos, diários, roupas, lembranças, brinquedos, jogos, listas, pinturas, e equipamentos fotográficos e de informática, todos relacionados às suas preferências e interesses sexuais. Nem todos os criminosos sexuais preferenciais coletam todos esses itens e as suas coleções podem variar significativamente em tamanho e escopo. Visto representar as suas fantasias sexuais (por exemplo, preferências de idade e sexo), a coleta por qualquer agressor deve ser cuidadosamente examinada, avaliada e perscrutada.
Fatores que parecem influenciar o tamanho da coleção de um infrator incluem status socioeconômico, condições de moradia e idade. Os mais instruídos tendem a ter coleções maiores. Infratores cujos arranjos de vida ou de trabalho lhes dão muita privacidade tendem a ter coleções maiores. Como as coleções são acumuladas ao longo do tempo, os infratores mais velhos tendem a ter coleções maiores. Hoje, no entanto, o computador, a Internet, o acesso on-line podem, em um tempo relativamente curto e com despesas mínimas, manter uma grande coleção de pornografia, incluindo a pornografia infantil. Pouco tempo atrás, estes indivíduos levariam anos com grandes despesas para acumular uma coleção de pornografia considerável. Na verdade, a capacidade de baixar ou compartilhar facilmente arquivos on-line grandes contendo imagens digitais até mesmo redefiniu o que constitui uma coleção “grande”.
Em um computador, tablet, smartphone e/ou outros dispositivos de armazenamento de memória digital, a coleção também pode ser facilmente ocultada dos membros familiares e dos amigos. Com o acesso on-line, um trabalhador de colarinho azul de 30 anos vive com seus pais agora e pode ter uma coleção tão grande quanto um executivo de 55 anos de idade sozinho em uma mansão. O infrator mais velho e mais rico, no entanto, ainda pode ter alguns conteúdos da sua coleção não apenas em um computador ou dispositivo de armazenamento de memória digital, mas também em fitas cassetes antigas e CDs. Tudo deve ser investigado!
Embora a fita de vídeo ainda possa ter algum apelo, uma parte cada vez maior da maioria das coleções agora está sendo digitalizada e armazenado ou duplicada em computadores e vários tipos de dispositivos de memória. Imaginem o que está na Nuvem…
Consequências para as Crianças Vítimas
O consumo de pornografia envolvendo menores de idade apresenta gravidade exacerbada, constituindo um crime hediondo e causando danos irreparáveis às crianças que foram vítimas. Em termos de consequências, podemos destacar:
Trauma extremo e duradouro: O abuso sexual infantil registrado em pornografia gera traumas psicológicos profundos e de longo alcance, frequentemente afetando a criança por toda sua vida. Ansiedade, depressão, baixa autoestima, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outras condições de saúde mental.
Vulnerabilidade a exploração e abuso: Crianças que são sexualmente exploradas para a produção de pornografia infantil são muitas vezes vítimas de outros tipos de exploração e abuso, como tráfico de pessoas e trabalho forçado.
Dificuldades de desenvolvimento: O abuso sexual infantil pode prejudicar o desenvolvimento social, emocional e sexual da criança, impactando gravemente sua vida adulta.
Problemas de relacionamento: Dificuldades em estabelecer relacionamentos saudáveis, confiança e intimidade.
Problemas de comportamento: Atos de autodestruição, problemas escolares, comportamentos sexuais de risco.
Palavras Finais
A pornografia infantil assume diversas formas, motivada por complexas interações entre fatores legais, comportamentais e contextuais. É crucial entender a multiplicidade destes aspectos para combater eficazmente este crime. As leis devem estar alinhadas com a realidade do problema, enquanto a investigação e a resposta da justiça criminal devem focar os danos sofridos pelas vítimas, protegendo sua segurança e bem-estar. Uma abordagem interdisciplinar que envolva especialistas em direito, ciências policiais, saúde mental, tecnologia e trabalho social é necessária para a prevenção, investigação e tratamento eficazes deste crime. O objetivo principal deve sempre ser a proteção de crianças e a punição com o adequado tratamento dos perpetradores (obviamente, daqueles perpetradores que padecem de Transtornos Parafílicos).
A definição e as consequências do consumo de pornografia são temas ainda complexos e multifacetados que exigem uma abordagem cuidadosa e científica, considerando a multiplicidade de fatores envolvidos. Repiso: É fundamental a colaboração entre profissionais de saúde, legisladores e a sociedade como um todo para combater este problema, aplicando Justiça adequada aos perpetradores. A ação é urgente! Não há como ter filas para o cárcere!
Referências Ashcroft v. Free Speech Coalition. (2002). 535 U.S. 234. Goldstein, M. J., & Kant, H. S. (1973). Pornography and sexual deviance. London, England: University of California Press. Hald, G. M., Malamuth, N. M., & Yuen, C. (2010). Pornography and attitudes supporting violence against women: Revisiting the relationship in nonexperimental studies. Aggressive Behavior, 36, 14–20. Lanning, K. V. (1986). Child molesters: A behavioral analysis. Alexandria, VA: National Center for Missing & Exploited Children. Leary, M. (2009). Death to child erotica: How mislabeling the evidence can risk inaccuracy in the courtroom. Cardozo Journal of Law & Gender, 16, 1-40. Reid, R. C., Li, D. S., Gilliland, R., Stein, J. A., & Fong, T. (2011). Reliability, validity, and psychometric development of the Pornography Consumption Inventory in a sample of hypersexual men. Journal of Sex & Marital Therapy, 37, 359–385. Willoughby, B. J., Carroll, J. S., Nelson, L. J., & Padilla-Walker, L. M. (2014). Associations between relational sexual behavior, pornography use, and pornography acceptance among US college students. Culture, Health & Sexuality, 16, 1052–1069. Wolak, J., Finkelhor, D., & Mitchell, K. (2003). Internet sex crimes against minors: The response of law enforcement. Alexandria, VA: National Center for Missing & Exploited Children.
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Médico psiquiatra. Professor Livre-Docente pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor Assistente da Faculdade de Medicina do ABC, Coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da FMABC, Pesquisador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria da FMUSP (GREA-IPQ-HCFMUSP) e Coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC (ABSex). Tem experiência em Psiquiatria Geral, com ênfase nas áreas de Dependências Químicas e Transtornos da Sexualidade, atuando principalmente nos seguintes temas: Tratamento Farmacológico das Dependências Químicas, Alcoolismo, Clínica Forense e Transtornos da Sexualidade.