Muitas vezes, o termo Pedofilia é usado de forma bastante vaga num contexto geral, referindo-se amplamente a indivíduos que cometeram crimes sexuais contra crianças e usado de forma intercambiável com “estuprador de crianças”. No entanto, é importante notar que, dados os atuais rótulos de diagnóstico, nem todas as pessoas que se envolveram em atos sexuais envolvendo crianças preenchem os critérios médicos para Pedofilia, nem todos os indivíduos diagnosticados com Pedofilia se envolveram necessariamente em atos de molestação ou abuso sexual de crianças. Esta é uma distinção importante, uma vez que grande parte da literatura sobre pedofilia pode ser obscurecida pela inclusão de indivíduos que não cumpriram critérios específicos que categorizam o seu interesse e comportamento sexual como um transtorno mental. Existem indivíduos que podem ter comportamentos sexuais envolvendo crianças sem demonstrar interesses pedófilos claros, por razões como problemas de controle de impulsos, modelos de relacionamento disfuncionais decorrentes de histórias de abuso e trauma sexual, déficits de intimidade com adultos, dentre outros.
Médico psiquiatra. Professor Livre-Docente pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor Assistente da Faculdade de Medicina do ABC, Coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da FMABC, Pesquisador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria da FMUSP (GREA-IPQ-HCFMUSP) e Coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC (ABSex). Tem experiência em Psiquiatria Geral, com ênfase nas áreas de Dependências Químicas e Transtornos da Sexualidade, atuando principalmente nos seguintes temas: Tratamento Farmacológico das Dependências Químicas, Alcoolismo, Clínica Forense e Transtornos da Sexualidade.