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Entrevista para o programa Tarde Nacional com o coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC
O programa Tarde Nacional conversou com o psiquiatra forense Danilo Antônio Baltiere, coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC (ABSex). Ele falou sobre pedofilia.
“A grande diferença é na proporção do problema: são nove homens para cada uma mulher. Provavelmente seja por causa dos receptores androgênicos”, considerou.
O especialista esclareceu a dúvida da ouvinte Maria Luiza, de Cachambi (RJ), sobre pedofilia: uma doença ou um crime?
Hoje a pedofilia é chamada de Transtorno Pedofílico, que é um transtorno mental e de difícil diagnóstico.
“Nem todo o indivíduo que ofende uma criança sexualmente é portador desse problema. De 100 homens que são presos, encarcerados por terem molestado uma criança, 20 a 30% deles sofrem do transtorno psiquiátrico pedofílico”, alertou.
O especialista afirmou que nenhum profissional de área de psiquiatria é contra a prisão de quem comete o crime de pedofilia. Ele reforçou ainda a necessidade de tratamento para quem tem esse transtorno.
Quem comete o crime de pedofilia não necessariamente sofre de Transtorno Pedofílico. O indivíduo pode cometer pedofilia ao consumir muito álcool ou para exercer poder sobre membros familiares ou mesmo ser um estuprador de oportunidades. Por isso, a avaliação médica é muito difícil. Sem cura, esse transtorno tem controle por meio de grupos (de terapia) e medicação, analisou o psiquiatra.
Danilo Baltieri lembra que o termo “pedófilo” é um diagnóstico médico.

Médico psiquiatra. Professor Livre-Docente pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foi Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC durante 26 anos. Coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da FMABC por 20 anos, Pesquisador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria da FMUSP (GREA-IPQ-HCFMUSP) durante 18 anos e Coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC (ABSex) durante 22 anos. Tem correntemente experiência em Psiquiatria Geral, com ênfase nas áreas de Dependências Químicas e Transtornos da Sexualidade, atuando principalmente nos seguintes temas: Tratamento Farmacológico das Dependências Químicas, Alcoolismo, Clínica Forense e Transtornos da Sexualidade.