Em 26 dias, quatro menores foram apreendidos por crimes violentos
Com requintes de crueldade, homicídios praticados por menores assustam a sociedade
Entrevista para o programa Primeiro Impacto, do SBT
Jovens com idades entre 12 e 15 anos que deveriam estar na escola, brincando e estudando, foram apreendidos depois de cometer crimes violentos que resultaram na morte de quatro inocentes. Os casos chocaram o Brasil e aconteceram todos em menos de um mês.
Em Porto Velho, um adolescente de 13 anos foi apreendida por suspeita de matar a própria irmã, grávida de oito meses e o sobrinho de apenas 7 anos. De acordo com a polícia, a jovem agrediu a irmã, Fabiana Pires Batista, com uma barra de ferro. Em seguida, arrancou o bebê de dentro da barriga e enterrou o corpo em uma cova rasa. O sobrinho morreu afogado, em um lago da região.
A adolescente teve ajuda de um outro menor, de 15 anos. Ele teria sido responsável por pegar o bebê prematuro e levar para casa. A criança sobreviveu e está internada. Na delegacia, os dois confessaram o crime.
Em outro caso trágico, uma idosa de 75 anos foi morta com golpes de faca pelo vizinho – um garoto de apenas 12 anos de idade. Marli Alves foi esfaqueada dentro de casa depois de o garoto invadir o local para, segundo a suspeita da polícia, roubar o local.
Testemunhas afirmam que o crime foi motivado por jogos de vídeo game.
Em 29 de setembro, a cidade de São Paulo acompanhou o desfecho inesperado de um crime brutal em pleno Dia das Crianças. A vítima era uma menina de 9 anos, Raíssa Eloá Caparelli que, além da pouca idade, apresentava sinais de autismo e morreu após confiar em seu amigo, um garoto de 12 anos. Ele premeditou e executou o assassinato da menina sozinho. À polícia, o menino confessou o assassinato, mas até então, ele nunca havia apresentado um comportamento fora do normal.
Segundo especialistas, existem duas explicações para o comportamento agressivo e homicida desses menores. Um deles é o ambiente no qual essas crianças foram criadas, enquanto o segundo motivo está relacionado à problemas psicológicos que impedem o jovem de sentir empatia pelo próximo.
Os quatro assassinos confessos foram encaminhados à Fundação Casa onde irão responder pelo crime de homicídio, porém a marca dos seus crimes assustam não só a família como também assustam a sociedade.

Médico psiquiatra. Professor Livre-Docente pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foi Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC durante 26 anos. Coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da FMABC por 20 anos, Pesquisador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria da FMUSP (GREA-IPQ-HCFMUSP) durante 18 anos e Coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC (ABSex) durante 22 anos. Tem correntemente experiência em Psiquiatria Geral, com ênfase nas áreas de Dependências Químicas e Transtornos da Sexualidade, atuando principalmente nos seguintes temas: Tratamento Farmacológico das Dependências Químicas, Alcoolismo, Clínica Forense e Transtornos da Sexualidade.